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21 de fevereiro de 2011

Tchau minha pró, tchau meus coleguinhas


Bem, não tô indo para casa ver minha mãezinha. Tô indo pra Berlim no próximo domingo. E não, você que acidentalmente caiu por aqui, não sou rica e daddy não me deu de presente por boas notas. Foi na base de muito esforço, testes cardíacos e enfim boa vontade, minha e dos outros.

Não é de hoje que eu sempre falo que Salvador é uma cidade que não me abraça. No sentido metafórico da palavra, claro, todo mundo se toca demais nessa cidade, algo que as vezes me incomoda, mas eu podia enumerar uma série de coisas que me incomodam um top 5 seria:

1. Machismo - infelizmente não posso restringir a minha querida cidade natal, mas a todo o país - o que são os homens que eu vejo por aí? Claro, façam as suas exceções, mas por favor. O que ser piriguete? Uma mulher que tem a conduta de um homem, simples. E eu não vou me delongar nisso. Se é certo ou o errado, isso é outra questão, que é abrangente para ambos os gêneros;

2. Transporte público, além de ser caro é ineficiente e por ser EXTREMAMENTE dependente dele eu sofro pra caralho e para atenuar a minha dor de uns tempos para cá surgiram uns "profissionais" muito inusitados, os djs de ônibus, que têm o intuito único e simples de me irritar. Amo como as pessoas não respeitam o meu direito de permanecer em silêncio, colocando música ruim - sim para o meu gosto, tem gente que gosta de jiló, eu não, eu também tenho o direito de dizer que jiló é ruim para mim - eu inclusive pensei em encabeçar um programa de distribuição de fones de ouvido nos ônibus, mas logo logo pensei que não seria aderida facilmente, pois o "legal" é justamente esse, o compartilhamento do seu gosto musical para com os presentes. Agora imagine, eu trabalhava no porto de Salvador, 1h dentro de um ônibus para voltar para casa, num engarrafamento, com os meninos do colégio militar gritando e como trilha sonora, músicas de pagode, sendo que pagode nem é isso na verdade, isso é lixo, vivemos em um país livre onde eu acho isso um lixo e prontoacabou. Onde as maioria das letras tratam a mulher de forma submissa e extremamente descartável, como se o sexo é fosse o cerne da vida das pessoas. Espírito de Simone de Beauvoir, beijos. (e aqui é o espaço onde você me acha mal comida, seja criativo :)).

3. Aqui não se respeitam as liberdades individuais, se você age de qualquer forma diferente do normal, você é um E.T., além das pessoas serem muito preconceituosas.

(agora que eu me toquei, ao falar isso gerals me achando lésbica, não que haja algo de ruim em ser, mas como gerals já enxerga como algo ruim, lá vai o update: não sou e essa sou eu sendo frouxa com medo do pensamento alheio ou numa forma idiota de não espantar homens que valham a pena, hahaha, vai no dicionário agora e procura a palavra "patética" tem uma foto minha né?)

4. E daí que eu tenho um gosto um pouco diferente do resto da comunidade baiana, eu gosto de chiclete com banana claro, mas curto belle e sebastian, eu não me acho superior que as pessoas por isso, trato todo mundo muito bem na medida do possível, só que além disso, tem o pessoal que por gostar de belle e sebastian e mais umas 40 bandinhas que ninguém nunca ouviu o nome, se acham melhores, daí eu fico puta. Eles se comportam como se estivessem num ensaio constante de um filme francês da nouvelle vague e não falam com ninguém além do seu grupinho, isso tem em tudo que é canto também do BR. É nauseante.

5. As pessoas são mal educadas, definitivamente.

Claro que eu estou falando da maioria e como diz meu grande amigo Schops - esse é meu mundo porque eu enxergo ele da minha forma. ele não falou exatamente isso, mas algo assim. E é claro que eu devo dar um big desconto para Salvador que é uma cidade novinha se comparada as cidades européias que tiveram um tempão para serem do jeito que são, é tudo uma questão de evolução. Porém não é por isso que eu sou obrigada a esperar Salvador virar uma cidade civilizada né? Então como o povo diz, os incomodados que se mudem, daí é isso que eu tô fazendo. Espero um dia vir a civilizá-la.

Não que eu não tenha orgulho de ser baiana, que fique claro que EU posso falar mal, vá alguém fora daqui meter o bedelho que "metêlho á disgraça", sutileza, não trabalhamos :).

Talvez a distância faça com que eu sinta saudades da minha terra e me faça cantarolar João Gilberto - q mora no Rio - e dizer "que saudade que eu tenho da Bahia..." por hora já sinto saudades das coisas que realmente importam aqui, a minha família e amigos.

Beijos e

2 comentários:

e o que você tem a dizer????