Tava vendo o filme A incrível
história de Adaline, uma mulher de trocentos anos, mas que por conta de um
raio, conseguiu se manter com carinha de
29 pelo resto da vida. O filme é romantiquinho, fofinho, tristinho e não
pode se falar muito dele, nem de longe é um Benjamin Button. Mas ao ver a
história de Adaline, lembrei de um dos acontecimentos desse ano, desse meu ano
místico, hehe*.
Esse ano aconteceu uma pá de
coisa estranha comigo, uma delas foi uma criatura que conheci que me deixou bem
cabreira com meu ceticismo, embora a figura dela não meta nenhum medo e seja
uma pessoa bem fofa, ela dá medo. Uma coisa que essa pessoa me disse que minha
alma era bem velha, mas bem velhinha mesmo, que eu já passei por muita coisa, o
que super bateu com tudo que ela falou em seguida sem eu ter dado nenhuma
pista. O que não foi nenhum alento ao sentimento de cansaço que tinha no alto
dos meus então 27 anos.
Não querendo mesmo me comparar a
Adaline, pois não sou nem culta ou sofisticada como ela é, muito menos gata do
jeito que a Blake Lively é. Até porque eu tenho minhas dúvidas sobre isso de
ser velho e ser experiente. Conheço pessoas que tenho certeza que tem almas
novinhas, pela simplicidade como vêem as coisas, pela forma como enxergam as
situações sem padrões arraigados de conceitos pré-estabelecidos sabe se lá de
onde, elas têm essa frescura** de viver. Lu, uma amiga minha, ela lá tem suas
questões, claro, todo mundo tem, mas sempre que vejo ela, vejo uma criança, não
pela inocência ou inexperiência, mas justamente
por essa capacidade de ser leve, de ver as coisas de um modo mais suave
e simples. Lu, sempre me acalma, ela tem esse poder.
Daí quando essa pessoa falou que minha alma
era velha, eu meio que já esperava, vi como eu tinha (tinha, pois eu sou velha,
mas não sou burra, a gente aprende uma hora) uma mania de catalogar e
estabelecer padrões para situações e coisas, que nem gente velha, que pega algo novo e tenta
trazer para alguma situação já vivida, a fim de colocar na sua zona
de conforto e tentar resolver. Vi também
que estava cansada disso. E como estou cansada de viver situações que eu hoje
sei que não consigo tolerar ou que me fazem mal. Como estou cansada de gente
que não sabe o que quer, como estou cansada de gastar minha energia com
bobagens. Como estou cansada de fingir que não gosto e que não ligo. Cansada de
jogos. Cansada de ter que fingir o que não se é. Cansada de pensar mais no que
os outros pensam do que no que penso, cansada de achar que posso controlar os
desejos e sonhos das pessoas. Você chega a uma certa idade, hehe, onde você
consegue ver que você não manda em porra nenhuma, só em você mesmo e que não
vale a pena persuadir, criar estratagemas, fazer cena para se conseguir nada
nessa vida. Nada que consegui dessa forma deu certo, porque você começa a notar
que a vida é como um rio mesmo, o que ele precisar fazer para chegar no mar,
ele vai fazer. Tudo que ocorre é porque tinha que acontecer mesmo e que não adianta
muito você tentar driblar, é dispêndio de energia.
Você começa a perceber que por mais que
existam mesmo outras vidas, você não pode esperar chegar à próxima para viver o
que de fato você quer viver, dizer o que realmente você sente, ser realmente o
que se é, aproveitar o que de fato importa. Se eu gastasse 1/434545 avos da
minha vida fazendo o que realmente queria ao invés de ficar elucubrando sobre
coisas e alimentando minhas inseguranças, acho que seria o novo Abilio Diniz e
já teria comprado meu iate Gostosa II***
Engraçado que todo mundo já ouviu
isso, a vida é curta, não se gaste com bobagem, seja você mesmo, seja sincero.
Mas vocês já se deram conta como é difícil viver os clichês? E quanto Augusto
Cury e Paulo Coelho tão ricos pra caralho falando o óbvio? Já que é óbvio,
porque é tão difícil? E porque nós complicamos? Cadê o Globo Repórter?
E para finalizar esse texto MEGA POWER
CLICHERENTO, vou colocar a frase mais legal do filme mais clichê EVER, Amelie
Poulain:
A vida é o interminável ensaio duma peça que nunca se realizará - Hipólito
__________________________________________
*Acho lindo meu ano místico ter
se juntado a essa moda atual de Gótica Suave, estou muito Gótica Suave, o
universo me ajudando a ser trend, hehe. Meu muito obrigada as meninas que me
deram um Heroine da MAC de aniversário <3 comment-3--="" nbsp="">3>
**Frescura no sentido de fresco,
refrescante, não de metido.
*** Para quando as pessoas
perguntarem, “cadê o Gostosa I?” E eu dizer, “oi, prazer”, pra você ver que já
pensei em tudo.
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