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7 de novembro de 2010

Nega do leite.

Eu tenho uma vizinha que fala demais. Mas assim muito, de você achar que ela poderia ganhar um nobel em matemática pela quantidade de combinações de palavras que ela consegue fazer. Sério.

O fato dela falar não é o problema. O problema é que em 89% das vezes é que é besteira e que são coisas da vida dela. Um 'como vai?' é a mesma coisa que abrir uma torneira de onde sairá o rio amazonas inteiro em palavras.

O que poderia ser somente chato, serviu-me de alerta. Essa minha vizinha tagarela mora só. Ela conhece gente pra caralho, mas ela mora só e fica muito tempo só também. Ela fala demais porque quando tem alguém disposto a ouvir qualquer coisa que seja que venha da boca da criatura, ela tem que aproveitar.

Mas por que eu tô falando isso? E porque eu só vim diagnosticar a patologia dessa minha vizinha exatamente agora? Meus caros senhores Watsons... simples. Eu passei por tanta coisa esse ano, mas um mar de coisas esse ano que eu quis me dá umas férias de uma quantidade grande de coisas. E uma delas foram as pessoas. Eu realmente tirei férias de todas as situações indesejadas pelas quais eu seria obrigada a passar esse ano, porque tudo que eu já estava passando, sendo bom ou ruim, eram coisas demais pra minha cabeça e minhas reações talvez não fossem das mais elegantes para com os demais. Claro que certas circunstâncias não eram evitadas conscientemente. A vida me distanciou de muitas pessoas, inclusive as queridas, sem eu querer.

Até aí beleza né? Normal, todo mundo passa por isso. Mas daí que eu me peguei igualzinha a essa vizinha daí. Falando desembestadamente... de tudo. Como se fosse um efeito colateral da vida que eu estava/estou levando. Não, ainda não pegaram minha sextape, mas por pouco, hehe.

Diferentemente da minha vizinha eu não acabei sozinha, foi uma escolha, as vezes indireta, mas ainda assim uma escolha de passar um tempo de boa, me ouvindo mais que ouvindo os outros. Problema que teve uma época aí que eu não tinha tempo nem para a terapia, meus pensamentos começaram a acumular. Tudo. E eu penso demais, mesmo e isso não é uma coisa boa, juro. E estava cansada demais pra escrever em um diário para catalogar tudo que eu pensava para tentar organizar e as coisas fluirem melhor. Daí que quando alguém solta a torneirinha as coisas ficam atropeladas. Eu desato a falar e de coisas desimportantes também, OU SEJA, ficando maluca. E é uma merda, porque está tudo bem agora e eu não passei por nada grave, foi só uma chuva que chovia, chovia e não cessava, mas cessou, sol aí a pino. Acho que só peguei uma gripe disso tudo, no caso gripe = cabeça virada do avesso. Probs que meus amigos passaram por uma tempestade também, por tornados, por verdadeiros Katrinas em suas vidas e eu não fui e não consegui ser a Cruz Vermelha que eles precisavam.

Tentando organizar. Mas como diz o Yoda " Do or not do, there is no try".




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