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11 de abril de 2009

“Da palavra não dita”.


Porque eu sou muito mais dramática que a minha mãe, sou mais dramática que todas as mulheres dramáticas do mundo juntas, sou uma Veruca Salt, sou mimada, eu sou eu, quero tudo imediatamente, quero tudo na inconsciência do consciente, do que eu não acredito que falei e falo, o dito pelo não dito, pelo reprovável, provável.

Eu. Na epifania das coisas eu existo. Na minha máxima necessidade de falar o que sou, eu existo. Sou o tédio, o clichê, o que já disseram. Resido nas expressões “ estou em contato direto com a natureza”,
“ porco chauvinista”, “capitalismo”, “ conseguirá ‘fulano’ provar sua inocência?” , “isso é de uma metalinguagem ímpar”, “seja você mesmo”, “jesus te ama”. Sim, moro em tudo que vocês já estão cansados de ouvir, ver, sentir, olhar, cantar, falar em pedaços em uma conversa.

Não sou novidade. Tudo que tenho em mim é pedaço de alguma coisa externa, eu, somente eu, pedaço de mim original, distinto, “sem igual em todo mundo”, não existe.

Sinto-lhe informar que vóis sois todos assim, somente pedaços, mosaicos de um mundo que tentam fazer e faz e constroem e vivem ou se iludem ou seja lá o que aconteça nesse fenômeno que ninguém sabe explicar muito bem, mas são assim: FRAGMENTOS DE SER.

Dilaceradinhos, cortadinhos, como se o Jack Estripador fosse uma forma de artista, um Jack Estripador de almas. Um Jack Estripador ou um Colecionador de Ossos? Não sei, escolham ae. Então, diante disso me sinto perdoada, não tenho culpa de nada? “E existe culpa?”.

Me mostrem algo “nunca dantes visto”, diferente de tudo, inimaginável, vamos, vamos, vamos!

Estou esperando na minha “cadeira de vime”, com detalhes em “mármore esculpido em Carrara”, tomando meu “Nescafé”. Não estou com pressa e muito menos estou querendo me justificar.

2 comentários:

e o que você tem a dizer????